Com representação de todos os CRESS da região Nordeste, a tarde desta sexta (29) marcou o início do Encontro Descentralizado dos Conselhos de Serviço Social na região Nordeste. Em sua 29ª edição, o Encontro realizado em Recife (PE), tem como tema “Nossa existência é movimento para quebrar as correntes que nos prendem” e reúne as delegações dos CRESS como parte da articulação do Conjunto CFESS/CRESS para a realização do Encontro Nacional que ocorrerá em setembro, na cidade de Maceió (AL).

A programação que se estende até o próximo domingo (31), conta com uma série de debates e grupos de trabalhos temáticos, que marcam a retomada das atividades presenciais do Conjunto CFESS/CRESS na região, na avaliação do Plano de Ação dos Conselhos no último período e projetando as atividades para o próximo ano.

Dando ponta pé aos debates do Encontro, a mesa de análise de conjuntura “a nossa existência se faz na luta contra todas as opressões”, contou com as participações de Elaine Pelaez, conselheira do CFESS e representante da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, e da conselheira do CRESS Pernambuco, Mariana Hora.

O debate que foi norteado pelos desafios vivenciados na atualidade e o papel da organização dos trabalhadores e trabalhadoras na transformação da sociedade, reforçou os dados que escancaram as contradições do momento que o país vive e as iniciativas populares que acumulam forças na luta política nesse período.

“Eu me organizando posso desorganizar”

“Estamos vivendo uma crise que foi ainda mais aprofundada no último período com a retirada de direitos e privatizações, e é cada vez mais importante entendermos os fundamentos dessa crise para que a gente não caia na naturalização dos problemas que estamos vivendo”, sinalizou Elaine.

De acordo com a assistente social, cada vez mais é fundamental que o conjunto das categorias se organizem para enfrentar os desafios que a conjuntura apresenta à classe trabalhadora.

“A nossa luta é para retomar um patamar civilizatório para a classe trabalhadora e nós assistentes sociais temos um compromisso ético-político de contribuir na denúncia e combate às formas de exploração, desde o nosso dia-a-dia profissional, da nossa prática cotidiana, estabelecendo relações coerentes com o nosso Código de Ética”, disse.

Já Mariana Hora, assistente social e conselheira do CRESS Pernambuco trouxe para o debate o tema do capacitismo e a necessidade da luta organizada anticapacitista como parte da luta contra as opressões. Trazendo conceituações sobre a difusão do tema do capacitismo no mundo e no Brasil, Mariana destacou a leitura do papel da opressão no sistema capitalismo.

“Precisamos aprofundar o debate sobre o capacitismo e também debater sobre acessibilidade, como possibilidade de pessoas com deficiência terem acesso aos debates e espaços sociais”, refletiu Mariana, primeira conselheira surda do CRESS Pernambuco.

Com reflexões a partir de sua vivência, Mariana pontuou, a partir do debate da luta anticapacitista, as necessárias reflexões que as e os assistentes sociais precisam fazer no seu exercício profissional, no atendimento à população.

“Falamos diversas vezes em inclusão em vários dos nossos espaços e em diversos âmbitos. Mas como acontece o atendimento junto à população usuária com deficiência? Precisamos encarar que a prática capacitista ainda é presente entre nós para conseguir superá-la”, comentou.

Programação

Até o próximo domingo, as delegações dos nove estados do Nordeste seguem nos debates que vão perpassar os elementos administrativos e financeiros, a comunicação, os direitos humanos, fiscalização e orientação profissional, ética e direitos humanos, entre outros.

Ainda como parte da programação do primeiro dia de atividades, Grupos de Trabalho realizaram suas reuniões regionais, com representação de todos os estados, nas frentes de trabalho sobre anticapacitismo, inscrição, além do Fórum das Comissões de Orientação Fiscalização (COFI).