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CRESS Entrevista | Serviço Social no Sistema Prisional: confira entrevista com Taciana Rocha

Terceira entrevista especial sobre a atuação profissional no mês da/o Assistente Social aborda os desafios do Serviço Social no Sistema Prisional

18/05/2021 às 16h38

Em nossa terceira entrevista especial do mês de maio, conversamos sobre os desafios da atuação profissional no Sistema Prisional. Atuando há 17 anos na área, Taciana Rocha destacou os principais limites do exercício, em especial a partir dos desdobramentos da Pandemia da Covid-19.

“Desenvolver as atividades dentro do Sistema Prisional desde que se iniciou a pandemia foi muito desafiador porque todos os reeducandos tiveram suspenso o direito à visita da família, à saúde para procedimentos eletivos, educação e religião por um longo período de isolamento”, comentou Taciana.

Confira a entrevista na íntegra:

Em quais medidas e proporções a pandemia transformou o seu cotidiano profissional no Sistema Prisional? Quais têm sido os principais problemas enfrentados pelos profissionais nesse contexto de pandemia?

As medidas e proporções da pandemia mudou a minha rotina quanto o aumento da demanda, tendo em vista que muitos profissionais precisaram se afastar por motivo de saúde, havendo assim um acúmulo. Porém, a minha rotina de trabalho permaneceu a mesma.

Os principais problemas enfrentados pelo assistente social no contexto da pandemia foi que houve as suspensões das visitas das famílias, não sendo realizados os atendimentos presenciais, havendo prejuízo das informações e serviços aos reeducandos.

No início da pandemia também houve a problemática quanto à utilização dos meios de trabalho, a saber, do telefone, vez que as linhas telefônicas apresentavam defeitos dificultando o contato do Serviço Social com as famílias.

Como o Sistema Prisional em Alagoas tem sido impactado pela pandemia? Você avalia que esse impacto também é refletido na atuação dos/as assistentes sociais?

Com a pandemia houve a suspensão das visitas, das aulas nas unidades prisionais, dos atendimentos de saúde nas instituições externas, apenas urgência e emergência, entrega de feira, suspensão dos cadastros de visitas, impactando diretamente na atuação do assistente social, refletindo na fragilização dos vínculos devido ao distanciamento familiar, em maior parte dos casos identificados pelos profissionais. 

O agravamento da pandemia no Brasil trouxe novos desafios para a atuação no sistema prisional? Quais têm sido as estratégias construídas pelos/as assistentes sociais nesse cenário?

Com o agravamento da pandemia houve muitos desafios e no Sistema Prisional de Alagoas não foi diferente. Como estratégia para minimizar o acesso da comunicação entre o Serviço Social e a família, que nesse período foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho do profissional dentro das unidades prisionais, foi criado o projeto "Uma carta pra você", onde o Serviço Social recebe cartas pelo e-mail institucional, que cada custodiado tem direito a cada 30 dias. Após a avalição do assistente social e da chefia da unidade, a carta é entregue ao reeducando para leitura e ele responde de próprio punho para a devolução para a família.

Desenvolver as atividades dentro do Sistema Prisional desde que se iniciou a pandemia foi muito desafiador porque todos os reeducandos tiveram suspenso o direito à visita da família, à saúde para procedimentos eletivos, educação e religião por um longo período de isolamento, cabendo ao Serviço Social minimizar essa situação junto à família dos mesmos, levando as informações de dentro do Sistema até cada familiar e vice e versa.

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